17 de out. de 2017

Museu de Arte Contemporânea recebe workshop Olhar Sensível

Diário de Sorocaba


FOTOGRAFIA
Tendo em vista a importância de promover a inclusão social, o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba deu início nesta segunda-feira (16) ao workshop “Olhar Sensível”, ministrado pelo jornalista e fotógrafo Teco Barbero a um grupo de deficientes visuais. De acordo Silvana Sarti, artista visual e organizadora do evento, o intuito da iniciativa é possibilitar que pessoas com deficiência visual possam fotografar, contribuindo para suas percepções de localização espacial, além de propiciar integração com a família e a sociedade. “Notamos que muitos deficientes visuais demonstravam interesse em se aproximar da Arte, mas não se sentiam acolhidos”, explica a organizadora.
Como a prioridade do educativo do Museu é a inclusão de todos, fez-se um primeiro convite para uma visita especialmente guiada, com a utilização de recursos táteis. Também foi utilizado o uso da música para tentar aproximar ainda mais da compreensão do sentimento ou sensação que as obras transmitem, uma vez que o tato sugere somente a forma, mas não o conteúdo. “Assim, percebemos o grande universo de troca que podemos ter. Nós aprendemos como eles percebem o mundo e, com essa informação, podemos dar a eles a possibilidade desse contato com a arte, a fim de ampliar o repertório dessas pessoas”, conclui Silvana.

EXPOSIÇÃO – Por outro lado, como parte do projeto da Bienalsur, na exposição que segue em cartaz até o dia 4 de novembro o departamento educativo do Museu de Arte Contemporânea já atua na inserção do deficiente visual em sua equipe de trabalho. Com o apoio da Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais (Asac), os visitantes tiveram a oportunidade de visitar a exposição, tocar as obras e ouvi-las, provando que, para a arte, os sentidos vão muito além da visão.
Teco Barbero, que tem deficiência visual, conta que as atividades buscam responder indagações comuns, como o porquê desse público trabalhar com fotografia. Durante a parte prática, os participantes terão contato com os equipamentos e aprenderão a forma correta de posicionar as câmeras. O fotógrafo adianta também que, durante esse processo de aprendizagem espacial, é importante que a pessoa esteja atenta aos sons do ambiente, além da utilização do tato para encontrar pontos de referência. “A visão de mundo da pessoa com deficiência visual é transmitida ao ambiente externo por meio dos outros sentidos. É deste modo que os outros enxergam o que nós, deficientes visuais, vemos”, detalha.
Do material produzido no curso será organizada uma exposição prevista para o início de 2018. As fotografias serão escolhidas por uma curadoria do Museu e impressas em 3D e alto-relevo com uma nova tecnologia, permitindo a visita tátil das obras, a qual será ampliada a todo o público. O material será confeccionado pelos parceiros do projeto, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Faculdade de Engenharia de Sorocaba e a WePrint Impressão Fine Art.

FOTOGRAFIA, O OLHAR ATRAVÉS DA ALMA – Formado em Jornalismo pela Uniso (Universidade de Sorocaba), Antônio Walter Barbero, o Teco, relata que sempre foi apaixonado pela comunicação. Em 2002, recebeu proposta do documentarista Werinton Kermes, hoje secretário municipal da Cultura, para participar de curso de fotografia para deficientes visuais, o primeiro do gênero no Brasil. Em princípio, o que parecia ser impossível tornou-se uma motivação para a quebra de barreiras impostas pelos próprios alunos. E, desde então, atua como fotógrafo, registrando as experiências visuais de quem enxerga o mundo com apenas 0,5% da visão.
Em 2010, Teco começou a dar aulas voluntárias em um minicurso de fotografia em São Paulo. Desde então, viajou por diversas regiões do País, com o objetivo de ensinar a arte da Fotografia. “Nós, deficientes visuais, que nos aventuramos pela arte da Fotografia, provamos que, para quem captura imagens, a luz não é o mais importante, pois nós fazemos fotos com a sensibilidade da nossa alma”, ressalta Teco.
Essa é a segunda parceria do fotógrafo com o Museu de Arte Contemporânea local. Em setembro, ele realizou cobertura fotográfica no Macs durante a abertura da Bienal Internacional de Arte Contemporânea da América do Sul (Bienalsur), evento que reúne mostras simultâneas de mais de 300 artistas de 78 países.
As atividades do workshop “Olhar Sensível” acontecem também nos dias 17, 23, 25 e 30 e 1º de novembro, sempre das 14 às 16 horas, no galpão do Museu, à avenida Dr. Afonso Vergueiro, ao lado da antiga Estação Ferroviária.

Um comentário:

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